Alejandro Pereyra (Sucre, Bolívia, 1981) é escritor, cineasta e músico. Viveu, trabalhou e estudou no México, na Alemanha, na Turquia e agora vive em Portugal. Realizou as longa-metragens Verse (2009), premiada no Festival de Cinema de Trieste, Mirar (2012), Luz en la Copa (2017) e Agosto (em pós-produção). É autor dos livros de poesia Momentuario, Unión mística con la matéria en fuga, Libro Mexicano de la Infancia e dois romances, ainda inéditos, El Camino a Damasco e Cho-fu-sa. Tem recebido diversos reconhecimentos, como prémios em festivais de cinema e bolsas artísticas internacionais. No campo musical, é compositor da música dos seus filmes e colabora com diversos ensembles de música experimental.
André Mântua Garcia nasceu em Lisboa e frequentou primeiramente o Jardim Infantil Pestalozzi, escola primária de relevo sócio-artístico onde desenvolveu uma sensibilidade e um olhar para as coisas pequenas e belas e, através da qual, conheceu a Cinemateca Portuguesa — onde descobriu com gáudio o cinema de Charlie Chaplin. Em 2004, graças à Universidade Moderna, teve como mestres A-PV, Tiago R. Santos, Amândio Coroado e Pedro Marta Santos. É ciné-filho desde 1999 e habitué da Cinemateca desde 2003.
Nasceu em Marín, em 1976. É licenciado em História de Arte e diplomado em Realização Cinematográfica pelo CECC de Barcelona. Realizou a longa-metragem Dos fragmentos/Eva” e, mais tarde, com Las Altas Presiones, ganhou o Prémio Nuevas Olas, no Festival de Sevilha. Acaba de terminar a sua terceira longa-metragem: Así chegou a noite. Produziu filmes de cineastas como Santos Díaz, Pablo García Canga e Iván Castiñeiras. É também professor, programador e crítico de cinema. Foi ainda engenheiro de som em Las Tierras del Cielo.
Antonio Trullén Funcia (Barcelona, 1980) é cineasta e montador. Licenciou-se em Literatura Comparada, pela Universidade de Barcelona, e pela Sorbonne Nouvelle em Paris, e graduou-se em Montagem, pelo Instituto Nacional de Cinema de Bruxelas (INSAS). Montou diversos filmes, entre os quais, Las Tierras del Cielo, de Pablo García Canga, Zimmerwald, de Valeria Stucki e Deuses de Pedra, de Iván Castiñeiras. Em 2016, Carmona Tiene una Fuente, o seu primeiro filme como realizador, estreou no BAFICI. No âmbito educativo, deu aulas de Montagem na HEAD, em Genebra, e participou em ateliers em escolas e institutos através do projecto educativo Cinema en Curs.
Enzo G. Castellari (nascido a 29 de julho de 1938) é um realizador de culto do cinema italiano. Tornou-se mundialmente famoso durante a década de 1960 ao realizar vários westerns spaghetti, tais como: Go Kill and Come Back (Vado... l'ammazzo e torno, 1967), One Dollar Too Many (1968), Seven Winchesters for a Massacre (Sette winchester per un massacro, 1967) e Go Kill Everybody and Come Back Alone (Ammazzali tutti e torna solo, 1968). Os seus filmes denotam um talento ímpar na construção da acção trepidante e do suspense, usando muitas vezes câmara lenta para efeitos espectaculares. O seu filme Keoma (1976) é considerado o último grande filme deste género. The Inglorious Bastards (Quel maledetto treno blindato, 1978) tornou-se famoso quando Quentin Tarantino, um dos seus maiores admiradores, decidiu fazer um remake em 2009. Fez ainda seminais obras no género Poliziotteschi (subgénero de filmes policiais e de acção que surgiu na Itália no final da década de 1960). Um original.
João Palhares (nascido em 1990) é argumentista, programador de cinema e tradutor. Editou os dois únicos números da revista de cinema Cinergia (2012), colaborando ainda com revistas estrangeiras, como a italiana La Furia Umana ou a Foco – Revista de Cinema, do Brasil. Em 2015, foi co-fundador do Lucky Star – Cineclube de Braga e da ACINAC – Associação Cinema em Acção. Tem textos publicados nas colectâneas editadas em livro da revista Foco (2017) e de todas as folhas de sala escritas para o Lucky Star entre 2016 e 2017 (Uma Viagem pelo Cinema Americano, 2018). Foi co-argumentista, com José Oliveira, da longa-metragem Os Conselhos da Noite. Escreveu os sete episódios do podcast de ficção Desligados.
Foto de Inês Lechleitner
Foto de Inês Lechleitner
Nasceu em 1978, passou a adolescência na biblioteca da Gulbenkian, em Castelo Branco, frequentou vagamente um curso de engenharia onde conheceu pelo nome disciplinas como “Cimentos e Betão II”, passou anos a vender livros de que não gostava muito, faliu uma livraria por não conseguir vender aqueles de que mais gosta, tirou um curso de Letras e descobriu-se feliz como professor, apesar de ganhar menos num ano de trabalho do que o Marques Mendes numa semana de comentários televisivos. Será um grande morto, mas não tem pressa.
Nascido em Braga, em 1982, concluiu os seus estudos de cinema em 2010 na Escola Superior Artística do Porto. Desde então realizou algumas curtas-metragens, tais como Pai Natal (2010) ou Longe (2016), esta estreada no Festival Internacional de Locarno. Co-realizou Sem Abrigo (2012) e O Atirador (2013). Em 2019 realizou Os Conselhos da Noite (com Tiago Aldeia e Adolfo Luxúria Canibal), em 2020 co-realizou Guerra (com José Lopes, Luís Miguel Cintra e Diogo Dória), em 2021 Paz e recentemente Génesis. Em 2016 fundou o LUCKY STAR – Cineclube de Braga e a ACINAC – Associação Cinema em Acção, que pretende trabalhar e levar o Cinema às crianças e jovens, bem como mostrá-lo em salas, respeitando a sua longa história. É ainda formador, tendo colaborado com Os Filhos de Lumière – Associação Cultural e outras instituições no ensino profissional, leccionando neste momento as cadeiras de História do Cinema e de Realização, na Cascais School of Arts & Design. É ainda programador do Cineclube Gardunha, no Fundão. Escreve sobre cinema em diversas publicações nacionais e internacionais, tendo lançado o livro Uma Viagem pelo Cinema Americano, assinado a meias com João Palhares.
Júlia Betrian Fatjó (1986) é pedagoga, mestre em Artes Visuais e trabalha actualmente na equipa de Mediação e Educação da Filmoteca da Catalunha. Durante anos, combinou o trabalho no mundo educativo e cultural com formações e colaborações em torno da mediação artística, dentro do feminismo e do anti-racismo. Também foi actriz em diversos filmes, em particular do realizador Marc Ferrer.
Manuel da Silva Ramos nasceu na Covilhã em 1947. Em 1969, com apenas 21 anos, venceu o prémio de Novelística Almeida Garrett, atribuído por um júri composto por Óscar Lopes, Eduardo Prado Coelho e Mário Sacramento, pelo livro Os Três Seios de Novélia (1969). Seguiu-se o exílio em França, para fugir ao fascismo, onde estaria durante quase três décadas. É um dos mais importantes, originais e prolíficos escritores portugueses. Entre romances, poesia, contos, teatro e ensaios, publicou mais de 30 livros.
Foto de Giovanni Comodo
Manuel Mozos nasceu em Lisboa em 1959. Terminou o curso de Cinema em 1984, no Antigo Conservatório Nacional (actual Escola Superior de Teatro e Cinema). Trabalhou como montador, argumentista e assistente de realização de vários realizadores portugueses. Colabora assiduamente com publicações, escolas, institutos, universidades, associações culturais, cineclubes e festivais. Desde 2002 trabalha no ANIM na área de identificação, preservação e restauro de cópias em película. Como realizador, o seu primeiro filme foi Um passo, outro passo e depois, vencedor do prémio de Melhor Filme Estrangeiro, em Entrevues, Festival Internacional de Cinema de Belfort, em 1990. Desde então, realizou mais de vinte filmes, entre ficção e documentário, curtas e longas-metragens, entre os quais se destacam as longas-metragens Quando Troveja, Xavier e 4 Copas, bem como os documentários Lisboa no Cinema, Cinema Português — Diálogos com João Bénard da Costa, Ruínas, João Bénard da Costa – Outros amarão as coisas que eu amei, Sophia, na Primeira Pessoa, etc.
Marta Ramos nasceu em Lisboa, em 1984, estudou no Fundão e na Guarda, e voltou à capital para se licenciar em Arquitectura. Trabalhou como arquitecta, frequentou aulas de formação musical e voz, passando pelas Oficinas de Jazz do Hot Club, e foi presença regular na Associação José Afonso (AJA). Em 2015, fundou com João Rodrigues o dueto “Acaso” e, em 2022, iniciou um novo projecto musical, com João Clemente, intitulado “Infinito.Paisagem”. É dinamizadora cultural na Casa da Poesia Eugénio de Andrade, na Póvoa de Atalaia. Tem-se dedicado ao Cinema, colaborando em vários filmes independentes, da produção à montagem. Em colaboração com José Oliveira, realizou em 2020 a longa-metragem Guerra e, em 2021, a curta-metragem Paz. Mais recentemente, Génesis.
Nasceu em 1982 em França. Frequentou o Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática e o Teatro-Estúdio de Asnières. Como actriz, participou em diversas peças de teatro, séries e filmes, desde 2009, destacando-se Low Life, Deux automnes, Trois hivers, Perdrix, La place d'une autre, La fille de son père, Bernadette, Tu trembleras pour moi, etc.
Miguel Newton nasceu em 1966, em Lisboa. Passou a juventude em Oeiras, onde integrou desde 1984 a banda punk Mata-Ratos como vocalista, da qual ainda hoje é integrante activo. É também vocalista nas bandas Maloio e Patrulha do Purgatório. Vive na Fatela, Fundão, onde faz parte do Grupo de Bombos Os Fatelas. Organiza a Fatela Sónica, verdadeiro ajuntamento de almas intrépidas, desalinhadas e combativas. É licenciado em Filosofia e pós-graduado em Etnomusicologia, na vertente de estudos de Música Popular, e em Gestão e Empreendedorismo Cultural e Criativo. É co-realizador de dois documentários sobre a história do movimento punk em Portugal.
Foto de JAB
Formado pelo baterista português João Valinho e pelos músicos brasileiros (radicados em Portugal) Yedo Gibson, no saxofone, e Felipe Zenicola, no baixo eléctrico, MOVE é um trio cuja música, como escreveu o jornal Público, «parece caminhar em permanência sobre estilhaços de vários géneros». Significa isto que há pedaços de jazz, funk, kuduro, punk, frevo, heavy metal e breakbeat em atropelo, tudo sugestões que nunca chegam a assentar, numa prática de constantes guinadas estilísticas e de insatisfação permanente. Música de uma liberdade inegociável e de uma refrescante recusa em fixar-se em qualquer lugar, alimentada por uma qualidade quase sobrenatural de cada músico em responder aos outros, lançando sempre novos argumentos. Uma viagem estonteante e notável, com a paisagem sempre a mudar.
Em algumas línguas, o uso de duas negações na mesma frase faz com que uma anule a outra, produzindo uma afirmação. Com os NO NO acontece algo parecido, as diferenças entre os seus membros anulam-se e o resultando é algo novo e inesperado. O nome surgiu enquanto ouviam uma música dos DNA, banda no wave de Nova Iorque do final dos anos 70 e início dos anos 80. Com influências onde se sente o aroma da no wave, do punk, do indie, do free jazz, entre outros estilos ancorados no formato canção, os NO NO trabalham dentro do selo abarcante (e vago) do pós-punk. Guitarras soltas, baixos melódicos, ritmos kraut. Formados em 2010 na cidade de Viseu, os NO NO interromperam o projecto por alguns anos e regressam agora em 2025 com formação em trio (Ana Bento, Beatriz Rodrigues e Paulo Correia). Dividem-se entre Viseu e Sabugal e preparam para breve a gravação de um EP.
Foto de Joana Linda
Nasceu em 1977. Formou-se em Arquitectura, mas desde cedo se dedicou ao Ballet e ao Teatro, e mais tarde ao Cinema. O seu trabalho de final de curso relaciona a realização cinematográfica com a arquitectura “não física”. Participou em As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, de Fassbinder, entre outras peças. Como actriz de cinema, trabalhou com realizadores como João Botelho (Quem és tu?, 2000), Marco Martins, João Dias (Senhora da Serra, 2023) ou Werner Schroeter.
Nasceu em Madrid em 1981. É licenciado em Realização Cinematográfica pela La Fémis, em Paris. Realizou diversas curtas-metragens, entre outras, Pissing Territories (2012), De l’amitié (2018), La Nuit d’avant (2019), Por la Pista Vacía (2022) e Tu Trembleras pour Moi (2023), e a longa-metragem Las Tierras del Cielo (2023). Foi argumentista de cineastas como Ángel Santos, Santos Díaz, Gonzalo García Pelayo, Luis E. Parés e Miguel Ángel Pérez Blanco. Fez parte do comité de selecção do Festival Punto de Vista e também programou no Círculo de Bellas Artes, em Madrid. Escreveu em revistas como Lumière, Foco, Détour, Sofilm España, e traduziu os livros Amistad, el último toque Lubitsch (Samson Raphaelson) e El Greco, cineasta (Sergei Eisenstein). Publicou um livro dedicado a Yasujirō Ozu, Ozu, Multitudes (Athenaica, 2020), e participou em diversos livros colectivos. Também deu aulas de cinema na Escola SUR, entre outras coisas.
Foto de MARIO LLORCA
Nascida em 1978, é historiadora, professora universitária, investigadora e autora portuguesa. Especialista em temas relacionados com o mundo laboral e os direitos dos trabalhadores, tornou-se conhecida do grande público devido às obras publicadas e através da participação em programas televisivos ou de rádio, como comentadora ou membro de um painel.
Ronald Perrone vive em São Paulo (Brasil) e é designer e ilustrador. Tem a cinefilia como estilo de vida, o que o motiva a pesquisar sobre cinema de género, especialmente acção, horror e exploitation. Tem publicado, há mais de quinze anos, as suas experiências com filmes no blogue Vício Frenético.
Nasceu em Vigo, em 1974. Licenciou-se em História e Realização de Cinema, no CECC, de Barcelona, onde filmou as suas primeiras curtas-metragens. Em 2006 mudou-se para Madrid, onde trabalhou em diversos projectos audiovisuais. A sua curta-metragem A Liña Politica estreou em Locarno, em 2015, e esteve em festivais como Alcine, Zinebi ou Huesca. Posteriormente, estreou Os prexuízos da auga, Din que non falan, e actualmente prepara a sua primeira longa-metragem. É programador do festival Novos Cinemas.
No início de 2022, uma sombra pairava sobre a Gardunha. Chamava-se Zeff Ryder. Zeff, que foi criado em 1984, em Pretória. Trouxe uma Telecaster-twang dos mares irlandeses e uma canção do pântano para o Fundão. Aqui está e canta agora.